O que acontece em seu organismo quando você deixa de fumar?

Autor: Randy Alexander
Data De Criação: 1 Abril 2021
Data De Atualização: 14 Poderia 2024
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O que acontece em seu organismo quando você deixa de fumar? - Artigos
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Introdução

Fumar representa um fator de risco associado a diversas doenças. Acredita-se que uma em cada cinco mortes de homens e uma em cada dez mortes de mulheres está associada ao fumo. Apesar disso, estudos apontam que o tabagismo segue ganhando espaço nos países de rendimento médio e baixo, como a maioria dos latino-americanos. Mesmo que o cigarro traga consigo inúmeros riscos à saúde, abandonar esse hábito a tempo pode evitar o aparecimento de muitas doenças e ainda fazer com que a expectativa de vida do indivíduo seja igual à que ele teria se nunca tivesse fumado.


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20 minutos

O cigarro contém substâncias tóxicas que atuam sobre o tecido endotelial, aquele que recobre veias e artérias. Essas toxinas diminuem o poder que elas têm de se dilatar, aumentando a pressão arterial e acelerando o processo de acúmulo de gordura e outros compostos dentro das artérias. Fumar de um a quatro cigarros por dia aumenta o risco de morte por patologia cardiovascular. Apenas 20 minutos depois de deixar de fumar a pressão arterial diminui ao valor anterior à primeira tragada, e a temperatura das mãos e dos pés se normaliza.

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Oito horas

A queima do cigarro produz monóxido de carbono, uma substância tóxica capaz de causar danos irreversíveis ao organismo. O efeito daninho provocado por esse gás se deve a sua capacidade de diminuir os níveis de oxigênio presente nos tecidos corporais. O oxigênio é transportado para todo o corpo através dos glóbulos vermelhos em uma molécula chamada de hemoglobina. O monóxido de carbono tem 240 vezes mais afinidade com a hemoglobina que o próprio oxigênio: se uma pessoa fumar, estará mais propensa a desenvolver disfunção pulmonar e problemas relacionados com a falta de oxigênio. Oito horas depois de parar de fumar, os níveis sanguíneos de monóxido de carbono diminuem.


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24 horas

Fumar aumenta consideravelmente os riscos de morte por cardiopatia isquêmica ou enfarto cardíaco. Estima-se que 29% das mortes por problemas cardíacos estejam relacionadas ao hábito de fumar. Os fumantes passivos, ou seja, aquelas pessoas que inspiram a fumaça do tabaco mesmo sem fumar, apresentam 25 a 30% mais risco de sofrer com uma doença coronária. Caso elas se exponham à inspiração de 20 cigarros por dia, algo comum quando se vive com fumantes, esse risco aumenta para quase aproximadamente 60%. 24 horas depois de parar de fumar, o risco de enfarto cardíaco começa a diminuir.

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Dois a três meses

O cigarro estimula a aterogênese, que aumenta a probabilidade de que um trombo (coágulo móvel) seja gerado e, ainda, de que um acidente vascular cerebral (AVC), uma falha renal ou um enfarto cardíaco se desenvolvam. A fumaça do cigarro antecipa em dez anos a probabilidade de se desenvolver uma trombose nas artérias coronárias, se compararmos com os não fumantes. Se os trombos forem produzidos nas veias das pernas, é muito provável que cheguem aos pulmões, causando risco de morte. Nos primeiros três meses, quando se deixa de fumar definitivamente, a circulação melhora e a função pulmonar aumenta em até 30%.


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Nove meses

A fumaça do cigarro nas vias respiratórias produz inflamação e destruição celular, além de aumentar o que se conhece como "estresse oxidativo". Por outro lado, a capacidade de reparação alveolar fica diminuída, o que faz com que apareçam com maior frequência patologias respiratórias como asma, bronquite crônica e câncer de pulmão, dentre outras. Durante os nove primeiros meses depois que se deixa de fumar, reduz-se a frequência de tosses, o congestionamento nasal, a fadiga e a dispneia, ou dificuldade de respirar. Além disso, algumas das células pulmonares recuperam sua função normal, principalmente aquelas encarregadas de limpar o sistema respiratório.

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Um ano

O hábito de fumar causa danos ao coração de diversas formas. A frequência cardíaca aumenta, a dilatação das artérias é reduzida, a pressão arterial sobe, a frequência de espasmos nas artérias do coração aumenta, o endotélio cardíaco é danificado e ainda aumentam a coagulação dentro das artérias e o nível de colesterol. O fumo também interfere no funcionamento dos medicamentos que tratam o coração em pacientes com doenças cardíacas. Um ano depois de parar de fumar, o risco de sofrer um ataque cardíaco se reduz pela metade.

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Cinco anos

O risco de se ter um acidente vascular cerebral (AVC) diminui cinco anos depois de abandonar o fumo. As plaquetas são as células do sangue encarregadas de formar coágulos quando o organismo se fere, e se esses coágulos se desprenderem e obstruírem as artérias cerebrais, é possível que se desenvolva um AVC. Diz-se que fumar dois cigarros aumenta a função das plaquetas em aproximadamente 100 vezes e, por isso, não é raro que fumantes venham a óbito decorrente de infartos cerebrais ou, ainda, que fiquem com sequelas.

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Dez anos

O cigarro contém mais de 4.000 substâncias químicas, muitas delas cancerígenas, dentre as quais o alcatrão é uma das mais danosas. Essas substâncias causam diversos tipos de câncer. Acredita-se que o cigarro esteja associado a mais de 16 variedades da doença. Dez anos depois de abandonar o hábito de fumar, o risco de morte por câncer de pulmão é reduzido pela metade, em comparação a um fumante. Também diminui o risco do câncer de boca, de bexiga, de garganta, de esôfago, de pâncreas e de rins.

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15 anos

Depois de 15 anos sem fumar, o risco de desenvolver uma doença cardiovascular equivale ao mesmo de uma pessoa não fumante. Isso é inversamente proporcional à idade em que se abandonou o hábito, ou seja, o grupo com maiores benefícios será o das pessoas que deixaram de fumar definitivamente ainda jovens e que não apresentem sinais de doença no momento do abandono.

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Como parar de fumar

Há diversas terapias para quem quer parar de fumar. Algum tempo atrás, a Universidade Adventista de Loma Linda, nos Estados Unidos, juntamente com outros estabelecimentos educativos, desenvolveram um plano para deixar o fumo em cinco dias. Existem também terapias farmacológicas, como a bupropiona e a substituição nicotínica, que vai desde adesivos cutâneos até chicletes contendo nicotina. Para algumas pessoas, uma combinação dos dois métodos é o suficiente, mas outras talvez precisem recorrer a algumas ou todas as ferramentas disponíveis. Consulte o seu médico para obter mais informações.