Algum organismo consegue sobreviver no Mar Morto?

Autor: Robert Simon
Data De Criação: 21 Junho 2021
Data De Atualização: 23 Abril 2024
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A vida marinha normal não pode existir no Mar Morto, que é seis vezes mais salgado do que o oceano a cerca de 40 m de profundidade e dez vezes mais salgado a 91 m. O nome do Mar Morto em hebraico, "Yam ha Maved," significa literalmente "Mar Assassino", e a morte instantânea é exatamente o que acontece a qualquer peixe que se perde nas águas do rio Jordão ou outras fontes de água doce que desembocam no Mar Morto. A vida existe nesse ambiente, entretanto, na forma de duas bactérias e um tipo de alga.


Dois tipos de bactéria e um tipo de alga vivem no Mar Morto (jrover: Flickr, jrover: Flickr,goldberg: Flickr)

História

A olho nu, o Mar Morto é desprovido de vida, mas o microbiólogo Benjamin Elazari-Volcani encontrou várias formas de vida microscópica no local, quando o examinou em 1936. As pequenas criaturas que sobrevivem nesse ambiente incluem arqueobactérias, bactérias, algas, cianobactérias e protozoários.

Tipos

Elazari-Volcani descobriu que alguns dos habitantes do Mar Morto apenas toleram o sal, encontrando formas de absorver água, apesar da extrema salinidade. Ele os chamou de organismos "halotolerantes". Mais intrigantes eram as criaturas que ele chamou de "amantes do sal" ou "halofílicos". Elas se adaptaram para usar o sal em seus metabolismos a um ponto em que se tornaram tão dependentes da alta salinidade da água, que não conseguem viver onde haja menos sal. O que mata outros tipos de vida marinha é essencial para sua sobrevivência.


Função

Mais pesquisas feitas por um grupo de pesquisadores em Israel e nos Estados Unidos focaram a Haloarcula marismortui, que pode ser traduzida como "bactéria halofílica em formato de caixa que vive no Mar Morto", uma das duas espécies de bactéria que vivem no local. Usando a cristalografia de raios-X de Felix Frolow na Weizmann Institute of Science, Rehovot, Moshe Mevarech da Tel Aviv University e Menachem Shoham da Case Western Reserve University em Cleveland, Ohio, descobriu-se que uma proteína carregada muito negativamente permite que as bactérias atraiam moléculas de água para se protegerem do ambiente salino.

Teorias/Especulação

Os pesquisadores esperam aprender a usar a sequência de aminoácidos semelhantes à usada por essa bactéria para tratar águas salinas, na esperança de criar uma maior quantidade disponível de água doce para países como Israel, onde ela é rara.


Quando as enchentes deixam o Mar Morto vermelho

Em raras épocas de cheias, sendo as mais recentes em 1980, o nível de sal do Mar Morto pode diminuir para 30%, em vez da taxa normal de 35%, e as algas que normalmente não conseguem sobreviver ali florescerão. A cheia de 1980 deixou o Mar Morto vermelho, diferente de seu azul escuro comum. Os pesquisadores da Hebrew University descobriram que uma alga chamada Dunaliella estava florescendo e alimentando uma halobactéria vermelha que deixa a água da mesma cor. Assim que a enchente acabou, os níveis de sal voltaram ao normal e o fenômeno nunca mais foi observado.