O que fazer quando a mente não se entende com o coração?

Autor: Randy Alexander
Data De Criação: 3 Abril 2021
Data De Atualização: 4 Poderia 2024
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O que fazer quando a mente não se entende com o coração? - Artigos
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Introdução

Tomar uma decisão pode ser difícil, principalmente quando a razão e o coração não se entendem. Muitas vezes, sabemos qual o melhor caminho a seguir, mas lembranças e sentimentos do passado confundem nossas expectativas e projetos para o futuro próximo. Por isso, é importante entender muito bem como alinhar esses dois aspectos para seguir em frente. Saiba como evitar esse descompasso em sua vida e aproveite estas dicas de psicólogos e psiquiatras para lidar com o problema sem que isso represente um prejuízo maior em sua vida.


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O primeiro passo

O primeiro passo para qualquer mudança é a decisão em si. Nesse momento, valorize o pensamento racional para evitar uma atitude intempestiva. É preciso manter em mente os motivos pelos quais você optou por mudar algo em sua vida. Você acredita que essa é a melhor opção para você? "Esse tipo de situação pode ajudar as pessoas a revisitarem seus valores, perspectivas e significados que elas dão à própria vida", explica o psicólogo Julio Peres, do Instituto de Psicologia da USP, em entrevista ao portal iG.

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Racionalidade nem sempre é a resposta

Desde a infância somos ensinados a tomar decisões com base em fatos, sem levar em conta a emoção. A maioria acredita que apenas a resolução baseada em motivos racionais pode ajudar a tomar o caminho certo. Será que isso é verdade? Para o neurocientista português António Damásio, a resposta é não. "A emoção é um sistema de pensamentos automáticos para nos defender de perigos e para permitir uma série de efeitos desejáveis, que nos levam a ações. Medo e tristeza nos defendem de perigos. A tristeza faz a gente refletir para melhorar. A alegria e o desejo nos levam a procurar o vantajoso", explica ele, em entrevista à GloboNews.


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Aprenda a diferença

"A 'emoção' e a 'razão' são duas vozes distintas e estão ambas acessíveis à consciência, mas uma comunica mais em palavras e a outra através dos canais sensoriais do nosso corpo", explica a psicóloga portuguesa Inês Mota no artigo "Razão e emoção: um diálogo necessário". Por outro lado, também é preciso distinguir o que é sentimento e o que é emoção. Ao contrário dos sentimentos, que têm uma natureza mais profunda, as emoções são momentâneas. Elas se manifestam em canais sensoriais e podem atrapalhar se gerarem uma ação ou reação explosiva, como a raiva.


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Procure o equilíbrio

Os sentimentos, como o amor, o desprezo e a compaixão, por sua vez, têm raízes mais profundas. Aceite-os, mas busque aceitar o que está fora de seu controle. "Uma pessoa resiliente aprende com as dificuldades e os desafios, usando sua flexibilidade para se adaptar e sua criatividade para encontrar soluções alternativas", explica Ana Maria Rossi, presidente do Isma-BR, associação voltada à pesquisa, prevenção e tratamento de estresse, em entrevista ao portal G1. A resiliência e a aceitação de algo que não pode ser mudado são aliadas nesse momento.

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Impeça que a frustração tome conta

Quando as emoções têm um espaço muito maior em nossas vidas do que deveriam ter, nos vemos em completo desequilíbrio. Esse processo desencadeia a tristeza e paralisia típicas da depressão, por isso não deixe espaço para que a frustração e a sensação de impotência tomem o lugar da motivação para resolver os problemas. "Os eventos traumáticos são 'chacoalhadas' que a vida dá e que despertam o indivíduo para novas reflexões e comportamentos, que colaboram para uma qualidade superior de vida", observa Julio Peres, do Instituto de Psicologia da USP, em entrevista ao portal iG. Faça uma lista do que você precisa mudar e mãos à obra!

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O descompasso entre mente e coração

O psicólogo francês Yves-Alexandre Thalmann afirma, em sua obra "Le non-jugement, de la théorie à la pratique" ("O não julgamento, da teoria à prática", em português), que "são nossos julgamentos que geram as emoções. Quem quiser diminuir a importância que dá para sua mente, deve se esforçar para não alimentar pensamentos parasitas: essa é a melhor forma de favorecer a paz interior". Uma dica do psicólogo é redirecionar a mente para "falar" menos e permitir que realmente se consiga ouvir as mensagens que o corpo e o coração passam.

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A saúde em primeiro lugar

Você sabia que a Organização Mundial da Saúde (OMS) agora considera a depressão como um dos fatores que incidem diretamente na ocorrência de infartos e outros problemas do coração? Uma pesquisa da Federação Mundial de Cardiologia apontou que 45% dos infartados já haviam apresentado quadros de depressão antes do incidente. A doença psíquica também é considerada pela mesma OMS como sendo a quinta maior questão de saúde pública no mundo. Por isso, mantenha a calma e a motivação para ter uma vida saudável e, na medida do possível, mais tranquila.

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Aprender a se ouvir

Uma estratégia para entender melhor suas verdadeiras necessidades é escrever livremente sobre as coisas das quais você precisa e organizá-las em uma lista de tarefas ou comportamentos que você precisa assumir. Outra dica importante dos psicoterapeutas é fazer um exercício constante de não se tornar "refém" dos seus conflitos. Procure examinar periodicamente as causas e não tome decisões sem refletir. A eliminação dos comportamentos intempestivos é demorada, mas pode representar um equilíbrio maior entre mente e coração.

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Os passos finais para a resolução

Não é fácil conciliar mente e coração, principalmente quando temos diante de nós mesmos algum tipo de desafio que exija a superação de eventos, sentimentos e emoções do passado. Saiba separar o que pode auxiliar você do que deve ser descartado, como uma manifestação do ego e da busca pelo prazer passageiro. Dessa forma, fica muito mais simples conseguir fazer o coração entender que o caminho trilhado é o melhor a seguir. Nossas dicas certamente ajudarão você a alinhar os desejos do coração e da mente. Agora é com você!