Contente
Um egoísta ético acredita que o comportamento moral correto deve ser baseado apenas em princípios de interesse próprio. O egoísmo ético é uma argumentação filosófica que pertence ao domínio da filosofia ética. Os filósofos éticos tentam desenvolver uma teoria filosoficamente sólida da moral que governa a ação humana.
Posição
O egoísmo ético é um ponto de vista filosófico normativo e prescritivo. Não descreve como as pessoas se comportam, mas como as pessoas "deveriam" se comportar. Embora essa distinção possa soar arbitrária, é filosoficamente importante. As filosofias normativas prescrevem certos tipos de comportamento correto aos quais se deve aderir, não importando em que situação está. Isso coloca os egoístas éticos em forte desvantagem porque eles sustentam o que parece ser uma posição contraditória, segundo filósofos como G. E. Moore. Essencialmente, em uma teoria normativa, algo que é visto como bom precisa ser universalmente encarado como bom. No entanto, um egoísta declararia que algo só é bom quando ele o possui. Depreende-se disso que a qualidade das coisas seria circunstancial e não universal.
Fatores
O egoísmo ético difere de outras posições porque sugere que o interesse dos outros nunca deveria ser um fator de tomada de decisões morais. Um egoísta ético acredita que o auto sacrifício não é uma ação moral e que a pessoa deveria ajudar as outras apenas na medida em que isso lhe oferecesse um benefício tangível a longo prazo. Embora isso possa oferecer ao egoísta uma satisfação a curto prazo, poderia tornar a sua vida pior a longo prazo porque, se cada um agisse somente em interesse próprio, poderia se desenvolver uma sociedade em que as pessoas vivessem sob constante ameaça de ataque. Uma possibilidade é que esse tipo de sociedade levasse à anarquia e se despedaçasse, o que não beneficiaria ninguém, nem mesmo o egoísta. Assim, uma falha potencial ou desvantagem do egoísmo ético é que ele poderia criar uma sociedade na qual ninguém quer viver e onde nada jamais seria realizado porque todos estariam trabalhando contra todos.
Implicações
A maioria das pessoas provavelmente se sentiria desconfortável com o tipo de ações que o egoísmo ético prescreve. Por exemplo, se você visse uma criança se afogando e pudesse salvá-la facilmente, um egoísta ético poderia afirmar que você só deveria salvá-la se fosse receber um benefício pessoal. Por exemplo, se uma equipe de reportagem estivesse na área e o salvamento trouxesse publicidade, poderia valer a pena. No entanto, se você fosse ficar desconfortável porque teria de voltar para casa dirigindo com roupas molhadas por um longo período, poderia não valer a pena. Outro fator poderia ser que você se sentiria bem por causa da boa ação que empreendeu, o que poderia ser construído como um comportamento ético para um egoísta ético.
Justificativa
Ao observar a sociedade, alguns filósofos declaram que o egoísmo ético é a filosofia mais próxima do comportamento moral praticado de fato. No entanto, a meta da filosofia moral é formar uma base para a maneira como as pessoas devem agir, não necessariamente sobre como elas realmente agem. A filosofia moral almeja melhorar o indivíduo ao prescrever o comportamento correto e não simplesmente justificar suas ações reais. Com essa finalidade, alguns oponentes do egoísmo ético declaram que ele não pode de fato ser visto como uma teoria moral. Se de fato não for uma teoria moral, não tem peso para prescrever comportamento moral correto. Se for uma teoria moral correta, os seus proponentes precisam justificar os princípios por trás da teoria. Para que seja uma teoria moral sólida, os egoístas éticos precisam demonstrar que a teoria é sistemática, consistente e criaria a melhor vida possível. Além disso, os egoístas éticos precisariam demonstrar que a teoria é universal, de forma que possa ser aplicada como meio de resolver todos os dilemas éticos.